Entre as instituições públicas do Pará, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS) se destaca como pioneiro ao permitir a presença de doulas durante os partos. Enquanto a prática ainda não é amplamente difundida, o hospital público abre caminho para uma abordagem mais humanizada no processo de parto.

Dani Moura, doula com experiência na instituição, enfatizou o papel da profissional na preparação para o parto. Ela disse que o trabalho da doula inicia-se na gestação, proporcionando orientações abrangentes para gestantes e seus acompanhantes. Desde benefícios do parto normal até a compreensão da fisiologia do parto e técnicas para gerenciar a dor, a doula desempenha um papel crucial na educação perinatal.

"Durante a gestação, desenvolvemos um trabalho de educação perinatal para unir a gestante e seu acompanhante com informações, preparando-os para uma experiência mais tranquila”, afirma. A doula não apenas fornece informações essenciais, segundo Dani, mas desempenha um papel fundamental no empoderamento da gestante.

Dani Moura teve a companhia e o amparo do marido

Aprendizado - Por meio do trabalho de educação perinatal, as mulheres são capacitadas a tomar decisões informadas sobre seus partos, contribuindo para um ambiente hospitalar mais eficiente e menos demandante. “A doula é um agente de mudança, levando informação para que a gestante exija um atendimento melhor, respeito aos seus direitos e uma experiência de parto mais positiva”, declara.

Entre os serviços que fazem parte do trabalho de uma doula estão as dicas para melhorar a intensidade da dor, medidas para diminuir a duração do trabalho de parto, como trabalhar as questões emocionais e outros assuntos importantes. “São coisas que nós trabalhamos durante a gestação para que a gestante vá mais preparada e, principalmente, seu acompanhante, que vai conseguir dar suporte para aquela mulher, seja físico ou emocional”.

Falta de acesso - Apesar de ser um trabalho importante, a presença de doulas em partos ainda é restrita a serviços totalmente particulares em Belém, sem opções gratuitas nas maternidades públicas. Dani destaca a questão financeira como um desafio, limitando o acesso a esse suporte especializado. "Por conta do investimento, ainda fica restrito a um público específico, o que é uma questão a considerar”, lamenta a profissional.

Experiência - Quem teve a oportunidade de ter a presença de uma doula em seu parto foi a zootecnista Thaís Rocha, de 25 anos. Ela compartilha a importância da doula em proporcionar segurança emocional e conhecimento baseado em evidências científicas. Segundo a paciente, a presença da profissional durante esse momento foi de “extrema importância” para ter mais segurança até o final.

Dor e emoção se misturam no nascimento de um bebê

"Eu escolhi a Dani como doula porque ela me passou segurança emocional e, principalmente, por todo o conhecimento que ela demonstrou ter sobre parto natural baseado em evidências científicas. Tivemos encontros antes do parto, então isso contribuiu para que eu estivesse segura e confiante no dia do parto. Foi maravilhoso, sempre digo que nunca terei palavras suficientes para expressar toda a gratidão que sinto por toda a equipe do HRAS. Me senti acolhida, cuidada e protegida por cada profissional da enfermagem do hospital”.

Para a diretora assistencial, Renata Oliveira, é possível testemunhar o progresso e a humanização que a presença de doulas trouxe ao Hospital Abelardo Santos. O compromisso da unidade, de acordo com ela, é com a excelência na assistência e o respeito aos direitos das gestantes nos levou a abrir as portas a esse apoio valioso. A atuação das doulas, diz, “não só eleva a experiência da gestante e seu acompanhante, mas também contribui para um ambiente hospitalar mais eficiente”.

O Hospital Abelardo Santos emerge como um espaço progressista, reconhecendo a contribuição valiosa das doulas para uma experiência de parto mais informada, empoderada e humanizada. Enquanto a prática ainda busca maior acessibilidade, os relatos positivos como o de Thaís Rocha destacam os benefícios tangíveis dessa abordagem no cenário hospitalar paraense.

Serviço - Com 340 leitos de internação, entre clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), adultos e pediátricos, o HRAS é administrado pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade disponibiliza 11 especialidades médicas.

Por Ascom

Texto da Ascom / Hospital Abelardo Santos

Fotos: Divulgação 

• 
• 
•